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Declarações sobre auxílios econômicos de Lira e Pacheco agravaram instabilidade | Foto: Samir Tounsi / AFP / CP
ECONOMIA
22.Janeiro.2021
Dólar sobe a R$ 5,36 com temor de piora fiscal
O dólar teve dia de forte volatilidade nesta quinta-feira, oscilando 17 centavos entre a máxima e a mínima. Pela manhã, a sinalização do Banco Central de que os juros podem subir em breve animou o mercado de câmbio e o dólar caiu a R$ 5,23. Nos negócios da tarde, preocupações fiscais falaram mais alto, após declarações dos candidatos apoiados pelo governo ao comando do Senado e da Câmara em defesa do auxílio emergencial, mesmo que isso acarrete a violação do teto de gastos. Com isso, a moeda norte-americana foi a R$ 5,40.

Novamente, o real foi a moeda com pior desempenho ante o dólar no mercado internacional, considerando as 34 divisas mais líquidas. No fechamento, o dólar à vista acabou terminando o dia um pouco distante das máximas, em R$ 5,3641, com valorização de 0,98%. No mercado futuro, o dólar para fevereiro subiu 1,12%, a R$ 5,3520.

Os dois candidatos ao comando do Congresso apoiados por Jair Bolsonaro, o deputado Arthur Lira (PP-AL), e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fizeram defesas de mais gastos sociais. "Nos preocupa a tendência de termos debates fiscais delicados, por conta da situação social, que é importante olhar com atenção. Mas infelizmente não temos condição de manter os estímulos do ano passado", disse a economista da Itaú Asset, Mirella Sampaio em live da Moldamais na tarde desta quinta. Para ela, a discussão do auxilio emergencial revela a dificuldade de fazer políticas sociais do Brasil dentro da nossa situação fiscal, que é delicada. A trajetória crescente do endividamento causa preocupação, disse ela, ressaltando que é difícil neste momento ver a dívida cair.

Para a economista-chefe da ARX, Elisa Machado, a questão do auxílio coloca o governo em uma espécie de encruzilhada. Retirar totalmente a medida pode afetar a ainda incipiente retomada da economia. Manter o benefício é complicado por causa da situação deteriorada das contas fiscais. "Dentro do orçamento o cobertor é curto", disse ela no evento da Modalmais. Na visão da economista, para prorrogar o auxílio sem gerar mais ruídos no mercado, Brasília precisa mostrar uma "história bem contada" de que não haverá descontrole fiscal. "Não vejo como enfrentar 2021 sem algum auxílio pelo lado da demanda."

Taxas de juros

Os juros futuros fecharam a quinta-feira em alta, reagindo ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) e às declarações de candidatos à presidência da Câmara e do Senado em defesa da retomada do auxílio emergencial e, no caso deste último, também da flexibilização do teto de gastos e contra a privatização da Eletrobras.

As falas comprometeram, a partir do fim da manhã, o movimento de desinclinação que a curva de juros mostrava em reação ao Copom. As taxas passaram a subir em bloco, com as longas ganhando fôlego junto com o dólar e subindo tal qual as curtas. Estas abriam desde cedo com o tom mais conservador da mensagem do colegiado reforçando as apostas de alta da Selic nos próximos meses.

As falas de Arthur Lira e de Rodrigo Pacheco ocorreram logo depois do leilão do Tesouro e por pouco não afetaram a operação, dada a reação extremamente negativa do mercado. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 3,251% no ajuste anterior para 3,38% (regular) e 3,39% (estendida) e a do DI para janeiro de 2023 encerrou em 5,125% (regular)e 5,155% (estendida), de 4,966%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa de 6,62% (regular) e 6,66% (estendida), de 6,485% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,154% para 7,26% (regular) e 7,30% (estendida).

A decisão de manter a Selic em 2% era amplamente esperada, mas as menções do comunicado à inflação e a retirada da prescrição futura que ancorava a ideia de juro inalterado por um longo período provocaram uma reprecificação das apostas para a Selic na curva.

Segundo cálculos do estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, a curva embute 31 pontos-base de alta para a taxa na reunião de março, ou seja, 76% de chance de aperto de 0,25 ponto porcentual e 24% de probabilidade de elevação de 0,5 ponto.

Em entrevista ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Pacheco defendeu a retomada do auxílio ou um incremento do Bolsa Família a partir de janeiro, disse que o teto de gastos não pode ser "intocado" em momentos de necessidade e que o governo vai focar em privatizações, mas não a da Eletrobras.

Pouco mais cedo, Lira havia dito ter a "impressão" de que, dentro do teto, com o Orçamento aprovado, o mercado aceitaria entre R$ 20 bilhões e R$ 50 bilhões por um período máximo de seis meses, referindo-se ao auxílio.

No fechamento dos negócios, as taxas se distanciavam das máximas - no pior momento as mais longas chegaram a avançar 20 pontos-base. "O mercado vinha reagindo como esperado ao Copom, com dólar caindo e abertura nos juros curtos, mas piorou com a entrevista de Pacheco, que disse tudo o que era necessário para colocar lenha na fogueira", disse Adauto Lima, estrategista-chefe da Western Asset.

Na ótica dos agentes, o resgate do auxílio pode sustentar a escalada da inflação e obrigar o Banco Central a elevar juro ou antes do esperado e/ou de forma mais firme. Lima trabalha com um cenário em que a Selic começará a subir gradualmente em maio até chegar em 4,5% em 2022, "mas, se sair o coronavoucher, começará em março". O imbróglio em torno das vacinas também tem adicionado prêmios na curva. Nesta quinta, a boa notícia, mas que trouxe pouco alento aos negócios, é de que o Brasil receberá 2 milhões de doses da AstraZeneca, a serem enviadas pela Índia na sexta.

Fonte: Correio do Povo

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